domingo, 17 de julho de 2016

Minha experiência em Porto Alegre.

Em março deste ano eu resolvi me aventurar em um novo desafio.
Fui convidado a ser gerente de um setor de uma empresa de logística jurídica, a Doc9, sediada em Porto Alegre/RS, na qual tive a oportunidade de montar uma equipe maravilhosa de seis pessoas as quais se tornaram meus amigos.
Sim, eu não sei trabalhar e ser frio a ponto de não ser amigo das pessoas, mas sei dividir o profissional do pessoal quando necessário.
Para começar, eu inventei de levar comigo uma pessoa a qual trabalhou comigo em outro escritório e deste saiu quando eu sai, mas antes disso, vou contar como foi meu primeiro dia na empresa.
Deixei o meu carro em uma rua aonde tinham outros carros e para a minha tristeza, logo no primeiro dia, meu carro teve a bateria cortada, o vidro quebrado e levaram o meu estepe, já tendo uma despesa para compra de outra roda e pneu, além da bateria, o seguro cobriu o conserto do vidro e fui embora para casa de guincho logo no primeiro dia de trabalho e no segundo e terceiro de ônibus.
Após isso, passei a deixar o carro em um estacionamento, tendo mais uma despesa mensal, além de tantas outras que tive tais como aluguel de imóvel, condomínio, seguro-fiança e tantas outras.
E sobre minha "amiga" que levei para morar e trabalhar comigo, bom, ela foi a minha grande decepção, pois além de não ter preenchido minhas expectativas e ter se mostrado totalmente diferente do que ela era no outro emprego, em casa parecia que eu estava com uma pessoa estranha a qual se isolava em seu quarto e praticamente não conversava. Na empresa, fazia corpo mole e ainda tentava contaminar a equipe com suas ideias e reclamações, além de declarar-se várias vezes de que não estava gostando, então eu outra opção não tive senão em demiti-la. Veja só, eu fui obrigado a separar o profissional do pessoal, coisa que ela não soube fazer, e após essa demissão ela resolveu voltar para São Paulo e eu lá fiquei sozinho, e tenho isso como a maior decepção do ano.
Sobre Porto Alegre, bom, não achei tudo o que diziam, é uma mistura de cidade grande com praia, um lugar extremamente perigoso, aonde você não podia sequer pegar seu celular na rua, pois corria o risco de ser furtado ou roubado, inclusive dentro de ônibus. As pessoas lá costumam dirigir com os vidros dos carros fechados com medo de serem assaltadas.
As notícias no jornal da sete se resumiam a assaltos, homicídios e quase não se via policiais nas ruas, detalhe, no Centro de Porto Alegre em um passeio com minha mãe e irmã, um policial que estava em cima de um cavalo, simplesmente soltou um: "vamos sair da frente".
A maioria das pessoas são fechadas, nada receptivas e em cinco meses que eu morei lá, minha vizinha somente falou comigo para reclamar que a minha cachorra estava uivando, nada mais além disso.
As únicas amizades que fiz foram os colegas de trabalho e a equipe que montei, zelei e mantenho contato até hoje.
Mas o trabalho, ah o trabalho era uma rotina a qual eu não gostei, me vi de uma hora para outra preso dentro de uma empresa, sem aquela rotina de um advogado, audiências, diligências, Fóruns e o dia-a-dia jurídico. Fora isso, juntou a saudade da família, dos amigos e do que eu sou e tenho no Interior de São Paulo.
Então, como já escrevi na matéria "o advogado que decide retornar", eu decidi voltar, rescindi um contrato de locação e agora estão querendo meus dois rins de multa e outras despesas que eu pelo menos entendo descabidas e terei um trabalhinho para resolver, além de não ter conseguido guardar dinheiro e só ter tido despesas.
E hoje eu me tornei um correspondente jurídico desta empresa na minha região e desenvolvo o meu trabalho com advogado, exatamente o que eu gosto de fazer e decidi cuidar do meu próprio escritório, sem vínculos, sem rotinas, apenas mantendo a eficiência e responsabilidade que sempre tive.
Mas eu agradeço pela coragem que tive e experiência que vivi e acredito que não seja uma questão de perfil, pois já fui coordenador em outro escritório, mas era um escritório de advocacia e lá era um misto de interno com trabalho externo.
E acredito ainda que fica aqui a lição que não devemos nos arrepender de nossos atos, eis que melhor se arrepender de tentar do que de não ter tentado.
E levo esse entendimento sempre comigo: "É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder. Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver" - Martin Luther King.

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