domingo, 15 de maio de 2016

Calmo por fora mas agitado por dentro.


Diante de tantos advogados e tantos desafios, por vezes temos dúvidas se realmente estamos no caminho certo. Me lembro lá no primeiro ano da faculdade quando eu pensava: "Meu Deus o que estou fazendo aqui". Depois quando estava no terceiro ano, cismei que queria ser Juiz. Porém, ainda não cheguei lá e sinceramente não sei se ainda quero.
Já trabalhei em escritório próprio com amigos, bem artesanal, já trabalhei em escritórios grandes, fui parar no contencioso de massa e quase desistir de advogar quando fui obrigado ao famoso copia e cola aonde você mal tem tempo para ler do que se trata uma decisão.
Mas me deram uma nova oportunidade, virei um audiencista, sim, só fazia as audiências do escritório e sinceramente eu adorava, cada dia uma história e um lugar diferente na grande São Paulo. Mas acharam que eu daria um bom coordenador e assim fui coordenar os correspondentes e depois a equipe de audiêncistas da qual eu fiz parte um dia.
Estava tão feliz, mas resolveram colocar um monstro como minha gestora, e eu comecei a me sentir incomodado, pois eram cobranças indesejáveis e estava virando um fantoche nas mãos dela, perdi a autonomia e o tesão na verdade. Resolvi sair e com o medo do desemprego e também porque eu sou louco e gosto de desafios, resolvi aceitar uma nova oportunidade e coloca nova nisso.
Eu aceitei ir para uma empresa que eu gosto, por sinal eu contratei no passado e para um novo desafio, ser um gerente, ainda não me acostumei a trabalhar sem a minha fantasia de advogado, vulgo terno e gravata, sim, pois lá isso não é necessário e mesmo ganhando menos do que aonde eu estava eu encarei esse desafio, mudei inclusive não só a profissão, mas de casa, fui para longe da família e em outro Estado, bem distante mesmo, em um lugar aonde não conheço nada.
Já pensei em voltar, em largar tudo e ir para os braços da mamãe, ter meu próprio negócio, montar uma lojinha no Interior de SP, simplesmente só estudar para ser Juiz, mas ainda acho cedo para pensar nisso, vamos dar tempo ao tempo, um ano e ver como fica e se consigo vencer este novo desafio.
Não firmei raízes ainda, não tenho a minha própria família, claro, cachorros não contam, se contasse a minha seria razoável.
Enfim, o corpo é estável mas por dentro há um turbilhão de pensamentos e dúvidas, mas prefiro assim do que não ter nada a pensar.