quarta-feira, 19 de julho de 2017

Gratidão!

E todos sabem o que eu passei, indo parar em Porto Alegre, sem apoio e ajuda de ninguém, me virei nos trinta e até casa sozinho aluguei. Pois bem, me arrependi e voltei, sendo correspondente jurídico e não tendo o suficiente para colocar as contas em dia, fui em busca de algo fixo.
Desisti da correspondência jurídica? Não, na verdade ainda faço uma coisinha aqui outra ali de vez em quando. Mas vamos voltar um pouco a fita.
Bom eu fui admitido em um escritório em São Paulo, contratado por um gestor o qual já me conhecia de outro escritório em que trabalhamos juntos. Morando no Interior, eu ia para São Paulo de segunda-feira de carona, e passava a semana na casa de um querido amigo, na sexta-feira voltava para casa aonde passava os finais de semana.
Estava tudo fluindo bem, até pensar em morar novamente em São Paulo eu já cogitava, mas comecei a perceber o quão hostil era aquele local de trabalho e que as pessoas ali não estavam felizes, mas simplesmente de passagem até que surgisse algo melhor. Ninguém confiava em seu trabalho e para a minha decepção, nem mesmo aquele gestor o qual me conhecia de outros carnavais.
E o estopim foi em um certo dia, em uma contrarrazões de um recurso que eu fiz e protocolei, ter ouvido uma bronca na frente de toda a equipe de que eu não deveria ter protocolado, mas sim enviado para a revisão, sendo está orientação inexistente na minha pauta diária.
Voltando ainda mais um pouco, o sócio do escritório, ao invés de ficar na busca de clientes, tinha o hábito de chegar no escritório antes da nove da manhã, justamente para ficar de olho em quem chegava no horário. Este mesmo sócio uma certa vez, chamou a minha atenção porque eu cheguei do almoço as 14:15 horas, sendo que ele exigia fosse sempre antes das 14 horas. Tudo bem, eu tinha saído para almoçar as 13 e atrasei cerca de 15 minutinhos. Opa mas espera, nem ponto eu batia ou batia? Porque toda vez que entrasse ou saísse do escritório, tinha de digitar a minha senha para abrir a porta e aquilo nada mais era do um controle de acesso. E não eu não era celetista.
Mas o estopim mesmo foi ser tratado, logo eu, com dez anos e pouco de OAB como um advogado junior o qual não denota confiança nenhuma tendo seu trabalho ter de passar por revisão, aquele dia, em que fui chamado a atenção na frente de toda a equipe, em total desrespeito ao profissional que acredito eu seja, eu fui embora e não mais voltei.
Regressei para o Interior e desesperadamente tentei resgatar alguns trabalhos de correspondentes, tendo a porta batida na cara, justamente por aquela empresa a qual me mudei de Estado para trabalhar, tudo por que eles entenderam que deixei a correspondência de forma ríspida, ora, ríspido era a forma com que eles tratavam e ainda tratam os advogados que consideram "parceiros", pois é Doc-9, melhorem no tratamento aos profissionais, pois um dia vocês poderão realmente precisar deles.
E hoje, ah hoje depois de muitos anos tentando eu consegui um emprego fixo na Cidade em que resido e até uma sala só minha eu tenho e quase um mês neste novo ambiente de trabalho, eu não tenho absolutamente nada a reclamar, muito pelo contrário, apenas a agradecer.
E quanto às pessoas as quais eu um dia achei que pudesse contar, como a empresa de logística que eu tanto fiz ganhar apresentando e contratando inclusive para um dos maiores escritórios de SP, hoje vejo como meras decepções e recordações, mas não tenho raiva, tampouco desejo o mal, muito pelo contrário, agradeço por terem me ensinado a ser forte e a continuar a trajetória, pois mesmo quase derrotado, quando já estava a perder as esperanças, pessoas que eu mal conhecia me estenderam a mão e graças a essas pessoas é que estou aonde estou. Gratidão é a palavra do momento, gratidão!

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