segunda-feira, 14 de março de 2016

Julgamentos.



Lá atrás quando me formei me deparava com pessoas que queriam pagar valores pequenos para uma audiência, preposto ou alguma diligência jurídica e eu já achava um absurdo, pensava em como alguém poderia oferecer um valor tão baixo para alguém que estudou cinco anos da vida.
Porém, ironia ou não depois de um tempo eu fui trabalhar em um escritório de contencioso de massa e neste escritório eu comecei a entender e perceber o porquê de oferecerem valores baixos.
Mesmo assim eu achava meio que um absurdo, e depois eu me vi na situação de ter que oferecer valores assim e mais, de ter de em alguns casos renegociar valores já tidos como baixos.
Foi quando eu comecei a entender, foi quando eu passei a perceber o porquê de oferecer valores como aqueles.
No mais, em nenhum momento eu discuti quando fui ofendido por estar oferecendo um valor como aquele, e, me senti um perfeito idiota por lá atrás ter julgado e feito o mesmo que alguns advogados fazem comigo hoje em dia.
Anos se passaram e nada mudou, o mercado de trabalho jurídico é imenso, há muitos advogados na praça, há muita gente querendo trabalhar e eu conheço muitos advogados que ganham muito mais do que eu no final do mês por justamente aceitarem a grande demanda de trabalho por valores baixos, pois como diz o ditado popular, de milho em milho a galinha enche o papo.
Ninguém é obrigado a aceitar fazer um trabalho por um valor destes, e há que se levar em consideração sempre a demanda, o montante que se soma no final do mês.
É muito difícil para alguns entenderem e aceitarem, porém, eu particularmente, aprendi somente quando me deparei de perto e do outro lado, onde passei de julgador para julgado.
Somente conseguiremos entender algo quando nos colocarmos na situação e muito mais elegante e ético agradecer e recusar o trabalho oferecido do que expor alguém ao ridículo o criticando sem ao menos o conhecer.

Vamos trabalhar mais e julgar menos! 

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